Com 330 registros catalogados, que
provam que mais de 80 espécies de dinossauros viveram ali, o Parque Estadual do
Vale dos Dinossauros se destaca como um dos principais monumentos naturais do
Brasil
DANIEL MOTTA
Com 330 registros catalogados, que
provam que mais de 80 espécies de dinossauros viveram ali, o Parque Estadual do
Vale dos Dinossauros se destaca como um dos principais monumentos naturais do
Brasil. As 53 pegadas catalogadas por
arqueólogos e paleontólogos, representam 56% do total existente na América
Latina. A importância arqueológica do Vale dos Dinossauros é reconhecida
mundialmente e atrai turistas de vários países, como Japão, Estados Unidos e
França.
Por ano, são mais de 30 mil visitantes, dos
quais, mais de 90% são de outros estados. Mesmo com grande potencial turístico,
o monumento ainda enfrenta ‘desafios’ e não consegue atrai turistas locais. Uma
revitalização promovida pelo Governo do Estado no valor de mais de R$600 mil
irá promover uma maior abertura para a exploração turística do local.
O Parque estadual Vale dos Dinossauros começou
a ser descoberta a partir de 1920, quando o geólogo Luciano Jaques de
Moraes, em uma missão da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS),
veio ao Estado para pesquisar os rastros de dinossauros e divulgou por meio de
sua obra "Serras e Montanhas do Nordeste", edição de 1924, a
existência e as características de duas pistas de dinossauros, diferentes entre
si, encontradas no leito do Rio do Peixe.
Porém a exploração da área
por parte da arqueologia teve início a partir de 1975, através do italiano Giussepe Leonardi, descobriu que
as pegadas existentes na região eram de espécies com mais 65 milhões de anos. A
área com registros paleontológicos não se resume apenas a região de Sousa, onde
em 2002, o Governo do Estado, declarou como unidade de conservação através do
decreto Nº 23.832.
Os vestígios arqueológicos estão presentes em
todo ‘Vale’ que compreende a uma extensão de mais de 700 km², compreendo a mais
seis municípios. “O Vale dos Dinossauros não compreende apenas a área em que
foi construído o parque e que é preservado pelo Estado. Ele é bem mais extenso
e possui uma quantidade muito maior de vestígios arqueológicos. Se houvessem
mais pesquisas na região, sem dúvidas descobria-se que o monumento é um dos
maiores e mais importantes do mundo”, explicou o historiador e vice-presidente
da Sociedade Paraibana de Arqueologia (SPA) Juvandi de Sousa.
As pegadas catalogadas desde 1975 apontam que as
principais espécies que habitaram o Vale, são Estegossauros, Alossauros,
Iguanodontes, carnossauros. O potencial histórico e natural do Parque já foi
destaque em publicações de todo o mundo, e foi citado recentemente por uma
revista de circulação nacional como um dos 100 lugares que não pode deixar de
conhecer.
O “velho do Rio” ou
“Guardião do Vale”, Robson Araújo Marques,68, trabalho no Parque há 38 anos e
viu de perto as pegadas serem catalogadas. “Eu ajudei ao Giussepe catalogar as
pegadas, porque antes todo mundo pensava que fossem pegadas de boi e de ema, ai
foi catalogada e comprovado que eram de dinossauros. Passou muito tempo
abandonado mas agora deve ser bem mais valorizada com a restauração”, contou.
Gerenciado pela Superintendência de
Administração do Meio Ambiente (Sudema), por alguns anos, o Vale dos
Dinossauros vivenciava uma situação de abandono, com infraestrutura precária e
falta de condições para atender a demanda de turistas que acabava se deixando
de visitar o local.
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