terça-feira, 25 de setembro de 2012

Extração e beneficiamento de caulim no Seridó agride o meio ambiente


Daniel Motta

Embora a extração e o beneficiamento do caulim contribuam para o crescimento da economia, a atividade também provoca sérios problemas ao meio ambiente. Durante o processo de beneficiamento, ocorre o acúmulo de rejeito sólido,que é jogado em lugares inapropriados e que alteram as condições ambientais, causando inúmeros impactos que modificam o meio físico e biótico.

De acordo com Patrícia Alves, coordenadora do meio ambiente de Campina Grande, a função do órgão é fiscalizar como esses resíduos estão sendo tratados. Ainda segundo ela, algumas empresas já estão conscientes de seu papel e se preocupam em minimizar os efeitos causados pela extração do produto. È o que afirma, por exemplo, Denise Ferreira, gerente da empresa Caulimar, (Comércio e beneficiamento de Caulim) localizada na Barra de Juazeirinho. Segundo ela, todo o rejeito que resulta do processo de decantação do caulim na empresa é destinado para um local reservado, que não compromete o meio ambiente, para evitar o assoreamento dos açudes que existem na região, nem prejudique o crescimento natural das espécies vegetais, ou contribua para a infertilidade do solo.

No entanto, a realidade que se vê na região é totalmente diferente. Durante as chuvas, as águas escorrem e levam consigo os rejeitos, tendo como destino as margens de vias estaduais e federais, obstruindo o trânsito, causando transtornos à população e dando condições para possíveis acidentes, já que o material quando está molhado fica deslizante.

Os empresários da região acham que esse material não tem nenhuma serventia, e para não prejudicar a produção das empresas, não se preocupam em buscar fazer um planejamento de como não degradar o meio ambiente. De acordo com moradores da região, outro destino comum para o rejeito, são as margens dos açudes, comprometendo a capacidade de armazenamento de água.

Seria muito bom se fossem criadas alternativas para de alguma forma, se utilizar o rejeito do caulim. Alguns pesquisadores estão buscando encontrar recursos para provar que o rejeito pode sim ser útil. È o que afirma a pesquisadora Verônica Coelho, que está estudando o produto e suas possíveis aplicações. Segundo ela, o resíduo pode ser utilizado na fabricação de materiais usados na construção civil, como: cimento e argamassa.

Talvez falte m iniciativas, por parte das empresas que beneficiam o caulim, de aproveitar o produto. Entretanto, o que vem prevalecendo nessas beneficiadoras é o capitalismo, onde o lucro é o mais importante, não dando importância para o meio ambiente. Mas se houvesse uma reflexão maior por parte destes, eles seriam obrigados a reconhecer que danificar o meio ambiente é uma forma um tanto irracional e covarde, visto que nessa situação, o caulim, que lhes gera fonte de renda, é um produto natural, encontrado no meio ambiente, aquele, que é explorado

Nenhum comentário:

Postar um comentário